Na tarde do último dia 15 de novembro de 2005, é selado o fim do jovem Carlos Tadeu, grande amigo em particular e membro da família Surforeggae. Gostaria de falar muito sobre ele, do quanto ele gostava das coisas simples da vida, o quanto ele queria aprender a tocar baixo para fazer as linhas maravilhosas das canções dos Gladiators, enfim... há muito a se dizer, mas algo se destaca nisso tudo, a intolerância.
Após uma discussão de trânsito, Carlos e Sandra, sua namorada, se dirigiam para um desfecho fatal. Uma Kombi com 4 elementos interceptou o Fiat Pálio de Carlos, quando um dos passageiros desceu descarregando 4 tiros nele e mais 3 em Sandra, que está sendo operada neste momento (22:10), perdeu a visão de um dos olhos, mas não corre risco de vida, sendo a principal testemunha do ocorrido. Um dos passageiros da kombi já foi preso, sendo questão de tempo a captura dos demais.
É nessas horas que eu me pergunto até que ponto uma arma defende alguém... o fato é que POR DIREITO, as armas fazem parte definitivamente de nosso cotidiano, deixando a vida cada vez mais descartável. Se armas não existissem, ou se fossem de acesso restrito, Carlos Tadeu estaria curtindo seu novo carro com sua linda filha Beatriz de apenas 8 anos... Deco, grande amigo de Renato do Surforeggae, estaria cuidando de sua família e se divertindo com os amigos como sempre fez, ou seja... se é esse o mundo que vivemos, temos que aprender suas duras regras.
Três meninos brincavam desde 1986... amigos, sempre unidos em viagens, em problemas ou em simples rodas de conversa. Esses meninos teriam 26 anos hoje, e estariam batalhando para vencer na vida. Eu, Rangel Melkunas, sou um desses meninos e cresci ao lado de Jorge Rodrigues Neres e Carlos Tadeu, meus melhores amigos... e os dois se foram inocentemente. Surforegueiro, valorize sua vida, cuide-se e antecipe as situações. Saiba que VOCÊ faria falta para muita gente.
 Carlos deixa a filha Beatriz, a mãe Izabel e a irmã Vivian.
Fonte: Rangel Surforeggae - rangel@surforeggae.com.br
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