25/02/2004
O que o Reggae foi!
 
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É verão, tempo de sol, praia, mar e de dançar, e falando assim logo vem à mente um ritmo lá Caribe e que em muito lembra isso tudo: o reggae. E aqui no Brasil é assim mesmo que ele é, letras que falam do verão e que por pouco não ultrapassam o funk em termos de alienação e banalização.

Não vamos falar do que o reggae se tornou, principalmente aqui no Rio Grande do Sul, e no Brasil, e até na própria Jamaica. Vamos falar do que o reggae foi, e deveria ter continuado a ser, mas que devido ao poder de sedução da Babilônia (leia-se ‘dinheiro’), transformou-se apenas em mais um meio de disseminação da ‘bundalização’ cultural brasileira.

Com a manipulação cultural da mídia, que vende tudo a um povo que aceita qualquer coisa, as “velhas-novas” modas do verão continuam a se multiplicar, ano após ano. O reggae disseminado pelas rádios e redes de TV e que tem como ponto chave à praia, o sol, o verão e a curtição, em nada lembra o reggae revolucionário que conquistou o mundo através da voz de Bob Marley.

O reggae tornou-se sinônimo do surfboy bronzeado, com o cabelo descolorido pela parafina e que está na onda do verão. São letras banais, que não trazem nada de novo ao já esgotado mundo da música sem sentido. Levando-se em conta que o reggae surgiu como um movimento sócio-político e religioso, chega a ser espantoso que este novo movimento classifique como “reggae” bandas que cantam ao sol, ao mar, ao surf ou ao skate, e que em nada acrescentam ao movimento do reggae verdadeiro, reggae rastafari, que transmite através de sua música a luta contra o domínio da ganância material versus crescimento espiritual.

O reggae nasceu em meio ao caos jamaicano e era (e ainda é) um ato de rebeldia e enfrentamento à sociedade e ao sistema (a Babilônia), e mais que tudo é um ato de fé, pois suas raízes se misturam com religião. Música vinda do gueto, cantada por descendentes de negros retirados de sua terra natal para se tornarem escravos nos campos da Jamaica colonial. E como Bob Marley cantava em seu reggae roots (reggae de raiz): “get up, stand up for your rights” (levante e lute por seus direitos), e é isso que o reggae verdadeiro significa, uma música de consciência social, protesto e redenção da alma.

O chamado reggae roots não tem raiz alguma a não ser nas folhas verdes do dinheiro, e é controlado por uma indústria que tem o poder de controlar e manipular massas. O verdadeiro significado do termo reggae de raiz foi banalizado em prol do lucro e da alienação. E o problema não é a falta de bandas conscientes e que apresentem um trabalho sólido, pois existem muitas bandas independentes e desconhecidas, que devido à falta de divulgação permanecem no escuro e inacessíveis à população. E há quem não saiba que existem bandas de reggae mesmo, de verdade, espalhadas pelo Brasil afora. Bandas que buscam não só a música pela música, mas todo o envolvimento social, espiritual e intelectual que move a resistência rasta contra a Babilônia.

Grandes nomes como Misty in Roots, Twinkle Brothers, Cimarons, Midnite e Groundation, as duas últimas sendo revelação no cenário do reggae mundial, ou Ponto de Equilíbrio e Leões de Israel representando o Brasil, são sequer mencionadas pelas rádios comerciais, privando assim o grande público da mensagem que o verdadeiro reggae passa, de resistência, de esperança, de revolta e, por que não dizer, de indignação contra a exploração do homem pelo homem e contra o estupro da Mãe Terra. Talvez até por um certo interesse em manter a massa “adormecida”, para evitar que o povo comece a descobrir sua história, entender as causas dos problemas atuais, e se dar conta do seu incrível poder de mudança através da manifestação de sua indignação, pois um povo que pensa é um povo que luta por seus direitos.


Fonte: Alexandre Bertolazi e Ricardo Sanches





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