06/09/2015 Banda Jah i Ras ganha destaque na Folha de SP ao misturar reggae com ritual Daime! Assista!
(25972 visualizações)
Em Itapecerica da Serra, em São Paulo, uma comunidade ganhou destaque na Folha de São Paulo por envolver o famoso ritual do Santo Daime com a cultura rastafari. O ritual acontece quinzenalmente na igreja Céu de Santa Maria de Sião, sendo a primeira comunidade do Brasil que liga estas duas culturas.
Por sofrerem rejeição de outros grupos que participavam, os integrantes da banda Jah i Ras decidiram por criarem sua própria comunidade seguindo suas convicções.
No Daime, as pessoas cortam os cabelos. Já a cultura rastafari recomenda o contrário, além do uso restrito à coisas naturais. É difícil explicar que o chá do Daime não possui álcool e é natural" - Diz Ras Kadhu, vocalista da Jah i Ras.
(Ras Kadhu (dir) com o chá do Daime)
A ideia de fundar a igreja surgiu após ele tomar o chá em 2003.
Eu tinha acabado de me tornar vegetariano, e minha vontade era vomitar tudo o que tinha sobrado de ruim no meu organismo. Na época, conheci um jamaicano que me indicou o chá." - explica Ras Kadhu.
Kadhu diz que foi batizado na religião do Santo Daime pelo cartunista Glauco, morto a tiros em março de 2010.
(Assista a matéria feita pela Tv Folha)
A COMUNIDADE
Atualmente 10 pessoas vivem no local, mas a intenção de Ras Bruno Muniz, baixista da banda responsável pela compra do terreno de 10 mil m², é de construir mais moradias.
A igreja Céu de Santa Maria de Sião prega o cristianismo, mas é aberta também a pessoas de outras religiões.
Cada um traz sua vivência, como os kardecistas, umbandistas e até simplesmente praticantes de ioga. Aqui é um centro eclético religioso, e o chá tem o poder de curar todos" - afirma Ras Kadhu.
(Ritual na comunidade)
Comum entre os rastas, o uso da maconha não é condenado entre os seguidores do Daime. Os membros usam a expressão "saudar Santa Maria" para se referir ao uso da erva.
Pessoas que frequentam a comunidade relatam que o chá traz uma purificação, leveza e paz de espírito, e que receber toda a energia que a ayahuasca (o chá) proporciona requer tempo, como afirma um dos integrantes da comunidade.
A vida com o Daime é boa, mas só depois de muitos anos eu aprendi a conhecer a espiritualidade da bebida. É necessário tempo para criar uma simbiose com o corpo e receber a energia por completo.".
No Brasil, o uso ritualístico da ayahuasca é libertado para cerimônias religiosas. Ayahuasca é uma palavra quíchua (idioma indígena sulamericano), que significa espírito (aya) e cipó (waska/huasca), algo como "cipó do espírito".