O drama de Buju Banton com a justiça americana e a revelação inédita da versão do acusado!
Problemas com a justiça não são exclusividade dos cidadãos comuns. Ao longo da história da música internacional, diversos artistas famosos ou nem tanto estiveram envolvidos em uma série de situações difíceis, dentre as mais comuns tráfico de armas ou drogas, favorecimento à prostituição, questões de pensão alimentícia e agressão física.
Mais recentemente, uma acusação de tráfico de drogas veio a mudar a vida de um dos artistas mais inovadores e importantes da música jamaicana nas últimas duas décadas. Os que acompanham o Surforeggae nos últimos anos certamente puderam conferir parte do drama vivido por Mark Anthony Myrie, mais conhecido como Buju Banton.
BREVE HISTÓRICO
Buju Banton nasceu em 15 de julho de 1973 e iniciou muito jovem sua carreira, aos 13 anos, se tornando rapidamente um dos artistas mais influenciadores e importantes do dancehall e ragga jamaicano. A prova disso é que em 1992, Banton (codinome adotado em homenagem a um dos seus mentores, o toaster Burro Banton) bateu o recorde de Bob Marley de maior quantidade de músicas no topo das paradas em um ano.
Criador de uma série de hits como "Driver A", "Destiny", "Champion" e "Wanna be Loved", Buju Banton sempre foi muito polêmico, inclusive tendo sido acusado de homofobia (que diga-se de passagem é um problema gravíssimo e infelizmente comum na Jamaica) por causa da música "Boom Bye Bye". Seus álbuns mais famosos estão entre os essenciais para qualquer pesquisador ou amante do dancehall.
São grandes exemplos "The Voice of Jamaica" (1993), "Till Shiloh" (1995), "Inna Heights" (1997), "Unchained Spirit" (2000), "Rasta Got Soul" (2009) e "Before The Dawn" (2010), vencedor do Grammy de Melhor Álbum de Reggae.
(O jovem Buju Banton em 1993 com "Make My Day")
O PESADELO
Buju Banton foi preso em 2009, acusado de conspiração para tráfico de 5kg de cocaína, e foi alegado por um informante que mesmo que ele não tenha investido dinheiro no plano, nem tivesse a intenção de lucrar com o mesmo, Buju se envolveu no caso. Em 2010 o artista foi liberado para aguardar pelo julgamento que foi retomado em 21 de fevereiro de 2011, onde o mesmo foi considerado culpado e encarcerado novamente.
(Prisão de Buju Banton em 2009)
A VERSÃO DO ACUSADO
O episódio todo começou em 2009 quando Buju Banton após completar uma turnê de sucesso pela Europa, retornava da Espanha para os EUA, onde se apresentaria logo mais. Sem saber, Buju sentou ao lado de Alexander Johnson, um informante do Governo Americano que o persuadiu se aproximando o que culminou numa certa intimidade. Convidado em dezembro de 2010 por Alexander para ver um barco o qual Buju teria demonstrado interesse em comprar durante a conversa no avião, o mesmo foi surpreendido num depósito nas docas na Flórida onde o agente o apresentou a um pacote de 5kg de cocaína.
Banton, que havia ido acompanhado do seu motorista Ian Thomas retornou para casa, não atendendo nenhuma ligação do suposto "amigo" após tal dia. Dois dias após o ocorrido, o motorista Ian Thomas compareceu ao mesmo lugar acompanhado de outro homem com dinheiro para pagar por drogas, tendo sido preso por tráfico e confessado o crime logo após, que segundo o artista, não tinha nenhuma relação com ele. No mesmo dia, Buju Banton foi preso em sua casa, em Fort Lauderdale acusado de fazer parte do esquema.
O JULGAMENTO - ACONTECIMENTOS IMPORTANTES
Durante o julgamento, foi revelado que o informante, Alexander Johnson é um traficante condenado na Colômbia e que teve sua imigração para os Estados Unidos legalizada, e já recebeu inclusive 3,3 milhões de dólares livres de impostos para servir ao governo americano.
Apesar de Buju Banton (Mark Myrie) nunca ter sido condenado criminalmente por nada, o mesmo passou mais de um ano na prisão aguardando pelo julgamento, e em outubro de 2010 foi obrigado a pagar 300 mil dólares ao governo americano pelo processo e uma mensalidade de 20 mil dólares para se manter em liberdade condicional aguardando julgamento, tendo durante todo o tempo um dispositivo com GPS atado à sua perna.
Durante ambos os julgamentos que o artista participou, o investigador líder do caso, Sargento Dan McCaffrey da DEA (Drug Enforcement Agency) se pronunciou de que não havia nenhuma evidência de que o mesmo fosse um traficante de drogas. Ele foi investigado por 13 meses sem quaisquer fatos indicativos do crime.
Além do mais, foi provado na justiça que Banton não se beneficiou nem financiou o acordo de venda das drogas pelo qual ele é acusado, sendo provado pelo advogado de defesa que os receptadores da mesma (que continuam livres) não tinham nenhuma relação e nem conheciam o cantor.
O informante Alexander Johnson recebeu 50.000 dólares pelo caso e continua a fazer trabalho similar, enquanto Mark Myrie se encontra na cadeia. Afinal, de quem será a culpa? Aguardamos cenas dos próximos capítulos dessa novela.