No último dia 29 de maio, a praia de Ipitanga presenciou o Reggae Power Festival, evento idealizado por Alexandre Carlo (vocalista do Natiruts), Zeroneutro e mais duas produtoras de Salvador, a Dendê e a Axe Mix. Que o evento teria qualidade não era novidade, mas os "arquitetos" queriam algo arrasador, uma estrutura sem precedentes na história do reggae em Salvador. Um mega palco, som e luzes de última geração, camarotes de primeira, pista com diversos pontos de bar, alimentação, banheiros, etc, e tudo isso com a praia de Ipitanga como cenário.
OS SHOWS: A banda Ponto de Equilíbrio, uma das principais do cenário nacional, está em uma constante evolução e isso se reflete na excelente apresentação nos meninos de Vila Isabel para o público local. O Ponto, com cada vez mais fãs na Bahia, manteve o alvoroço na galera mesclando os novos sons do último álbum "Dia Após Dia Lutando" com hits consagrados como "Aonde vai Chegar", "Árvore do Reggae", "Ditadura da Televisão", entre outras.
O FILHO DO HOMEM
Honrando o nome do pai, Julian Marley foi um espetáculo à parte. "Juju", como é conhecido, tem seu show considerado como um dos melhores da família Marley, e confirmou esse título com uma grande performance onde - claro - as músicas de Bob Marley foram destaque e interpretadas com bastante sentimento.
Julian se mostrou muito feliz e contagiado com a sempre caloroza recepção baiana, mas essa felicidade veio à seu ápice quando o astro dividiu palco com uma das principais bandas brasileiras e uma das que mais tem prestígio no cenário musical internacional, o Olodum. Foi algo indescritível, que arrepiou o mais frio dos mortais.
(Julian Marley um dia antes no Recife)
OS ANFITRIÕES
Chegou a hora do Natiruts assumir o palco, e como sempre, mostrou porque é considerada uma das principais bandas do cenário nacional, algo que transcende o reggae. Às 3 da manhã, uma forte chuva começa a cair, mas com o famoso arsenal de clássicos do "Nati", quem ligou? A banda manteve a vibe do começo ao fim e o público retribuiu com coros ininterruptos... uma receptividade que o Natiruts sempre desperta em suas apresentações.
Após o encerramento, era nítida a satisfação das pessoas, que saíram comentando a notória qualidade do evento, da estrutura até as atrações de primeira linha. O reggae está se profissionalizando, deixando de ser aquele estilo marginalizado de outrora.
Os produtores estão cada vez mais ligados na qualidade dos espetáculos, trazendo poucas, porém ótimas bandas, respeitando horários, dando condições básicas para a permanência do público durante o evento, enfim, uma evolução que está sendo comemorada pelos regueiros de plantão. Ainda há muito o que fazer, mas se não começar, nada mudará. E já começou.
Parabéns aos organizadores e longa vida ao reggae!